segunda-feira, 25 de novembro de 2013
Eleições 2013 na PUC-Rio. O que está em jogo?
Estamos perto e diante de mais um processo eleitoral na PUC-Rio. Além de pilastras coloridas e frases marcantes em cartolinas, os alunos também esperam através das eleições entender o que se passa no movimento estudantil dentro da universidade. E por mais que muitos alunos possam não querer se envolver em disputas políticas, as eleições são um período em que pode se receber algumas informações que habitualmente não estavam disponíveis fora do período eleitoral.
A luta dos estudantes é única maneira no momento que pode colocar dentro da universidade a criação de uma contra-hegemonia socialista. A PUC-Rio é uma universidade privada, banhada por investimentos de especuladores, empresas e corporações. Nesse ambiente o capital privado atua sem limites no empobrecimento e na mercantilização do ensino. O aluno não é preparado dentro da universidade para atuar no contexto social pra melhoria da qualidade de vida da população, mas sim para encarar um mercado de trabalho com competitividade e qualificação. No pior dos casos, o que infelizmente se pode dizer que ocorre em muitos casos, o aluno se tornará apático, indiferente às lutas sociais e submisso à burguesia. Já nas mais otimistas previsões, tal situação despertará no estudante a consciência de classe necessária para virar o jogo, para transformar a universidade em um espaço de formação intelectual para transformação social. Mas para que existe uma universidade que sirva ao mercado e não aos interesses do povo organizado, do poder popular? Para ampliar os lucros dos grandes empresários.
As eleições na PUC abrem a possibilidade de um conhecimento das lutas pelo estudante. Temos hoje a disputa entre duas chapas: Roda Viva(atual gestão) e Voz Ativa(oposição de direita). Essa oposição de direita cada vez ganha mais força entre os alunos da universidade, e isso não representa apenas um bom trabalho de base feito pela direita - por mais que alguns dessa chapa não gostem de ser chamados assim -, mas também uma deficiência na esquerda em conseguir realizar e divulgar um programa ideologicamente forte e unitário, realmente socialista. A gestão atual do DCE preferiu ao longo de seu mandato abrir o DCE para quaisquer correntes ideológicas e pensamentos para ampliar sua influência. O preço a se pagar por isso foi um afastamento de um programa socialista e um enfraquecimentos nas propostas dessa eleição. Mas uma coisa podemos garantir: o que a gestão Roda Viva não realizou ao longo destes anos, não será a direita que irá realizar. A proposta de apartidarismo é um absurdo e mentirosa, pois apartidarismo não é sinônimo de antipartidarismo, que é o que divulgam em suas propostas - apesar de terem em sua composição membros de partidos liberais e de direita -. O MUDE defende o suprapartidarismo e não impede a participação de membros de partidos políticos, pois achamos que os partidos são uma forma legítima de organização da sociedade civil. Além do mais, a "proposta mãe" da chapa Voz Ativa, que é o incentivo a projetos universitários, mostra a quem a chapa Voz Ativa está servindo: aos interesses dos investidores e patrocinadores privados de tecnologia e formação, que veem no aluno e no professor uma máquina de fazer dinheiro. O "novo ideal" que dizem ser representantes, reproduz apenas o velho ideal neoliberal, privatista e despolitizante. Em sua chapa "afiliada" para o Centro Acadêmico de Direito, a "Viva Voz", chegaram a usar como proposta de campanha trocar as marcas dos refrigerantes e bebidas nas festas organizadas por alunos por "marcas superiores". É esse tipo de gestão e de pensamento que vai melhorar nossa universidade? Acreditamos que não.
Por isso indicamos voto crítico na chapa RODA VIVA e afirmamos que não estamos participando da chapa nem participando da gestão Roda Viva. Adotamos a estratégia de fortalecer o movimento estudantil de base para impedir o crescimento da direita dentro da PUC. Vemos nisso a possibilidade de uma articulação da esquerda para a reconstrução do projeto popular e socialista dentro da universidade, que dialogue com o estudante bolsista, com o estudante trabalhador e militante, articulando lutas com os funcionários. Com isso visamos construir em conjunto lutas que façam a PUC ser um foco de mudança social e luta anticapitalista.
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