terça-feira, 29 de abril de 2014

Nota de repúdio à ação de fascistas dentro da PUC-Rio.

         Durante a semana do dia 31 de Março de 2014, o Movimento Universidade em Debate(MUDE) realizou uma série de atos em descomemoração ao Golpe Militar de 1964 no campus da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro(PUC-Rio). No ato do dia 4 de Abril, chamado “Escracho do Kennedy”, que consistia em um ato de repúdio a participação americana no golpe, foram fixados cartazes com frases ligadas ao ato no pedestal do busto de John F. Kennedy. Frases como “Abaixo a ditadura”, “Não Brother Sam”, “Resistir é preciso”, entre outras. As faixas foram deixadas lá, com a autorização da reitoria, para serem retiradas no dia seguinte.
         Pouco tempo após isso, uma aluna, em um ato totalmente político, arrancou, destruiu os cartazes e apresentou ameaças à militantes do MUDE. Quando questionada sobre o assunto disse que “o nós(MUDE) não tínhamos o direito de falar aquilo sobre o Kennedy”.
          O MUDE gostaria de demonstrar seu repúdio a esse ato e relembrar que vivemos em um país onde a nossa Constituição nos garante a liberdade de expressão e pensamento. Não repudiamos estes atos porque a aluna pensa de forma diferente, mas porque ela desrespeitou a nossa liberdade. Acreditamos que todos, independente de posição política e ideológica, tem o direito de se expressar como quiser. Também acreditamos que todos tem o direito da crítica, porém devemos lembrar que crítica não é censura.
Trazemos essa nota pública e convidamos a todos os movimentos que se sentirem tocados por essa causa, que assinem e sinalizem esta nota, demonstrando o desprezo por qualquer tipo de censura ou cerceamento dos nossos direitos constitucionais. Não somos obrigados a concordar, mas somos obrigados a respeitar.




MUDE, 10 de Abril de 2014, Rio de Janeiro

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Conversa no Pilotis: Rolezinho, Exclusão e Preconceito

No ultimo dia 13 de Fevereiro tivemos nosso primeiro evento do ano, exatamente no meio da primeira semana de aulas na PUC-Rio. Nosso debate com o tema "Rolezinho, Exclusão e Preconceito" foi um sucesso com diversas colocações importantes postas tanto pelo público presente, quanto pelos convidados da mesa.


Tivemos a presença de três convidados ilustres em nosso debate: primeiramente Bruno Ruivo, participante ativo das manifestações de Junho de 2013, também teve um papel de porta-voz do movimento Ocupa Cabral; a professora Maria Helena Zamora, professora de psicologia da PUC-Rio e militante dos direitos humanos; e Rafucko, bastante conhecido nas redes sociais pelos seus vídeos sempre politizados e críticos, foi responsável por paródias políticas de toda a campanha eleitoral a prefeitura do Rio de Janeiro em 2012 e mostrar para o público internacional do que se tratavam os protestos no Brasil em Junho de 2013(aqui e aqui)


Nossa discussão foi extremamente interessante, todos os membros da mesa afirmaram que a questão do racismo no Brasil ainda existe e é bastante séria, ainda mais pelo fato de se tentar esconder esse preconceito. Se falou também da atuação política dos "rolezinhos", que é negada pelos opositores, mas Bruno Ruivo e Rafucko lembram que a própria presença daquele grupo naquele espaço já é um ato político, mesmo sem ele saber. Também foi levantada a questão do jovem acorrentado ao posto no bairro do Flamengo no Rio de Janeiro, a professora Maria Helena deixou claro que nada justifica um ato como aquele. Lembrou que atos de covardia e violência como esses não podem se repetir, que atos como estes só nos deixam mais próximos da barbárie. Um dos últimos temas tratados no debate foi sobre o caso de uma professora do Departamento de Direito da PUC-Rio fazendo críticas preconceituosas e racistas sobre um rapaz que estava no aeroporto de regata. Todos os presentes, incluindo o público se posicionaram de forma crítica a a professora do Departamento de Direito, mas vale citar a declaração da professora Maria Helena de psicologia que disse se sentir envergonhada do ocorrido e afirmou que "Esta mulher não me representa e não representa esta instituição!"





Como redator deste artigo gostaria de recomendar um video que ilustra  bem o que foi afirmado no debate e serve como síntese. Dois jovens resolveram fazer um teste, um branco e um negro, ambos fingiram estar tentando roubar um carro. O resultado pode ser conferido no video: